sábado, 6 de outubro de 2012

não quero…



…falar da bandeira.
na realidade, o que o senhor presidente nos quis dizer hoje, já a malta sabia há muito: esta porra está nas mãos do inimigo. meu, teu, nosso, canudo! resumidamente, que nem uma bandeira, nas mãos deles!
e não, a culpa não é do nosso presas. o que sucede  é que o bom do tuga está, de uma forma muito levianamente generalizada, burrificado. temo que para todo o sempre, ou de recuperação difícil e prolongada.

agarradinhos pela veia à “santa mãe tv”; ao “fado é qu’induca e a bola é qu’enstrói”, snifamos ideias feitas à medida de outros. friccionamos as narinas e esfregamos as gengivas com o que resta, para nos agitarmos sem uma sentida inquietação. queixamo-nos mas esquecemos que temos braços, pernas para remar contra o que nos dão e, sobretudo, temos uma cabeça para pensar. se não fosse para isso, ter-nos-iam posto uma broa, em vez de um cérebro.

domingo, 21 de agosto de 2011

há sítios que aderem à banalidade e


...de uma redacção onde até atendiam telefonemas, passam a uma redacção onde nem se respondem a mails.

ando a fugir


...ao bicho que tenho de pegar pelos cornos.

apetece-me qualquer coisa


...com um pouco mais de adrenalina que este pindérico café que acabei de beber.

não sei se tenho


...1% de talento mas, seguramente, falta-me a vontade para os 99% de trabalho!

e isso é mau. muito mau mesmo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

doutores palhaços

com os anos


...há espaços que vão ficando demasiado vazios na vida das pessoas.

a Amizade


...tem de ser degustada. só assim se lhe dá valor.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ontem


...na praia do CDS, na Costa de Caparica, os nadadores-salvadores tinham um par de barbatanas e uma bóia.

na água, estavam um adulto e duas crianças em risco de morrerem afogados. surfistas e body borders safaram o que o concessionário da praia pelos vistos não tem para dar.

sai mais barato assim, creio.

mas o presidente da Associação de Nadadores Salvadores da Costa de Caparica diz que, da parte dos concessionários, têm todo o material que lhes é pedido, devendo ter sido "qualquer comportamento mais negligente dos nadadores-salvadores".


pode ser que sim mas, habitualmente, o mexilhão é sempre quem se lixa no fim da história

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

neste momento vai uma grande confusão


...entre o que são, foram, serão, as minhas convicções e o que acho que Portugal deve fazer e ao que tem de sujeitar-se.

domingo, 31 de julho de 2011

há ensinamentos de vida


...e a parte que eu sei da história deste homem não cabe aqui.

o que afinal...

Doença de Alzheimer from Jornalismo Online on Vimeo.

...parece que toda a gente sabe . mesmo que alguém me tenha respondido que era uma doença de pele!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

vidas em Lisboa

quinta-feira, 28 de julho de 2011

aquele homem...


...vivia no país das maravilhas .

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ainda não sei bem o que acho...




...sobre a questão da editoria fotográfica do jornal i.

penso que prefiro esperar pela edição dos próximos capítulos.

tem um gravíssimo problema de organização...



...e não se limita à secretária.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

sete anos...


... foram os necessários para encontrar um texto na net e perceber que tudo não passou de um terrível bluff e uma mais estranha coincidência.

assim se desfazem pequenos (e grandes) equívocos.

acorda-se anos mais tarde


...a sentir que atamancámos qualquer coisa.

mas acordámos. é o importante!

ter amigos nos sítios e horas certas...


...sempre foi um bom caminho para a vitória.
mesmo que o resultado seja um fiasco, haverá sempre quem aplauda, lamba botas e peça bis.

domingo, 1 de agosto de 2010

ele há dias...


... em que me sinto literalmente assim!

o bom filho...


incrédula, com a entrevista de Isabel Alçada ao Expresso.

e pergunto-me: se hoje já somos quem somos, que estamos a preparar para as gerações futuras? modelos nórdicos funcionam nos sítios próprios, não na ponta sudoeste da Europa.

façam o favor de não me lixar, se for possível.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

o pleno vazio


...é um local óptimo para enchermos com coisas novas.

a achar que


...é bom voltar a casa.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

l'oeil public



Quando estas coisas acontecem e vemos o que é genericamente publicado na imprensa, disponibilizado na internet, creio ser altura de uma classe se reunir e pensar o que quer para o seu futuro.
Há a hipótese de subjugação a poderes mais ou menos obscuros, a da adaptação à era do faz-tudo, preferencialmente por pouco dinheiro ou, outra possibilidade, a de manter a dignidade. Sua e do seu trabalho.

Ouço dizer, e acredito, que os tempos são outros, que os orçamentos estão cada vez mais reduzidos, que o papel se vende menos, menos e menos. Há dificuldades reais. Para muitas pessoas, por vezes comprar diariamente um jornal ou semanalmente uma revista pode ser um luxo, para mais se existem tantos conteúdos gratuitos.
Porém, acredito que ainda há público para a qualidade e se alguém gosta efectivamente de uma coisa, faz um esforço para a comprar. Não podem é dar-nos gato por lebre. Há que distinguir entre o que custa X mas nos oferece sempre talento e o que custa Y mas, sistematicamente serve jorda.

Até pode ser, como tem sido, que os profissionais vejam baixar as suas receitas e aceitem sujeitar-se a tal. Porém, por parte das empresas, dos editores, de quem faz os orçamentos, tem de haver também a honestidade de, aumentando os lucros, saberem distribui-lo por quem faz de uma publicação um êxito de mercado.

L’Oeil Public fechou. Creio que outras o fizeram ou diz-se que vão fazer. Por desadaptação, declaram. Por honestidade, digo eu. Porque não se subjugou a leis de mercado dúbias, o colectivo “fecha os olhos para permitir aos seus fotógrafos mantê-los abertos”.
Por cá, pequeninos que somos, a crise, essa hedionda palavra, é ao nosso tamanho. Senti-la-emos verdadeiramente depois de todos os outros estarem a recuperar. Para que não chegue verdadeiramente a acontecer, é altura de tocarem a reunir. Não com amiguismos ou simpatias mas com a objectividade que só a humildade e a vontade de fazer conseguem.

domingo, 22 de novembro de 2009

com uma lanterna, para dentro


O estado é de domingueira e ensonada reflexão. O relaxamento do sono nada tem de redutor, apenas deixando mais espaço e tempo para que as ideias se espraiem.

Reflicto na minha vivência pessoal, forma de estar no mundo, nas profissões que ocupo, nos conselhos que me dão e que, siga-os ou não, me ficam sistematicamente interiorizados: pela honestidade com que foram facultados, pela ponderação que me merecem, pela utilidade que podem vir a ter. É verdade, raramente deito um conselho fora. Até porque só os peço a quem acredito ter relevância e conhecimento para mos dar. Assim sendo, o meu dever e a minha postura apenas podem ser de respeito e deitar fora nada tem de respeitoso.
Enquanto os olhos se semi-cerram ao sabor do descanso impossível, ocorre-me o pragmatismo que não tenho e a impulsividade por que me rejo. A ausência de um e a presença de outra são factores menos bem vistos nos dias que correm mas continuo a acreditar ser o que imprime alma àquilo a que chamamos trabalho. Se consigo imaginar-me a escrever sem essas duas características – porque não amo a escrita e apenas acho alguma piada a juntar palavras, como os miúdos que brincam com as letras da sopa, já a fotografia, aquela a quem amo e que não tenciono permitir-me maltratá-la como o fiz não há assim tanto tempo, não consigo visualizá-la de outra forma.
O meu grande amigo dizia-me repetidas vezes “não penses, fotografa”. E não deixa de ser curioso que, em repetidas comparações de duas fotografias semelhantes, uma feita com a urgência de não perder o instante, a seguinte já de forma mais racional, em que entra o conhecimento técnico faltando a alma, invariavelmente é a primeira que sobrevive ao tempo. É assim desde a lonjura dos anos.

Por outro lado, e no que respeita à forma de me relacionar com os outros, não os amigos, mas aqueles que me podem facultar trabalho, parece ser ponto assente que uns quaisquer dedos de conversa e uma postura de irredutível ocultação dos nossos próprios sentimentos são desejáveis.
Antítese de tudo isso, permito-me transmitir alegria ou tristeza de acordo com o meu sentir; permito que se apercebam dos meus muitos receios e poucas certezas. E gosto de ser assim: livro visível (apenas para ler naquela página, não para folhear); directa e imprevisível; pedindo ajuda a todos, mesmo que no fundo saiba que estou sozinha e será dessa forma que terei de ultrapassar as situações.
É nesta amálgama que, a existir, reside a minha única riqueza. É assim que adquiro o conhecimento sobre as situações e, essencialmente a percepção sobre os outros. Tenho tido muitas e gratas surpresas, enormes e fantásticas confirmações. Não deixam de existir os outros, aqueles que, a terem importância, seriam decepções. Mas esses são o meu melhor ensinamento na vida: os que me conseguem mostrar que até podem estar no alto mas que o estão que nem vendilhões do templo e que o seu “alto” pode ser ali como do lado diametralmente oposto, ao sabor da mudança dos ventos. E a isso eu não dobro nem consigo respeitar. Sigo, sem lamentar nada, impulsiva, sem capas opacas, na multiplicidade de ocupações, para não ter de estar sujeita aos critérios ou vontades de ninguém, para tentar evitar ser rameira de mim mesma.
No fundo, o meu único stress é no momento em que ainda finjo acreditar poder ser auxiliada por alguém. De seguida, comprovada a realidade, tudo é uma enorme paz, nada mais do que questões, a ultrapassar de forma progressiva mas definitiva. E são questões, jamais problemas.

Fim de reflexão, numa ensonada manhã de domingo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

o que se me apraz dizer



É quando olho alguns jovens fotógrafos, cheios de garra, aparente potencialidade e muito para dar à fotografia em Portugal, vendo-os a cair naquilo que a publicação quer, precisa, ou tem a mania que precisa, que mais pondero sobre o que é ser fotojornalista neste jardinzinho à beira-mar calcinado.
é quando recordo o trabalho de alguém, que demorou mais de um ano a ser feito e teve em troca o pagamento de 800 ou 900€, que tenho a certeza que qualquer coisa está mal neste burguinho.

É nestas alturas que me apetece abanar os primeiros e dizer-lhes: ponham-se a andar daqui para fora. Portugal não é um país para jovens talentosos. Portugal é um país cinzento, gerido maioritariamente por gente acomodada, a quem o talento dos novos faz temer, cortando-lhes cerces as expectativas, amputando-os, manipulando-os.

Depois de uma Grande Geração, que tinha e sabia por que lutar, veio outra: a que dificilmente tem objectivos que vão para além dos seus próprios ordenados, postos ou umbigos, perfeitamente acomodada na ausência de necessidade de fazerem ou exigirem melhor. Num ou noutro ainda se encontram os ensinamentos dos antigos, que estão maioritariamente de partida para outro plano da vida. Poucos, muito poucos.

Recordo o dia em que, chegando à redacção com um trabalho merdoso, um muito e verdadeiramente querido editor me recebeu aos gritos: “nós não publicamos trabalhos de merda porque gostamos de publicar merda! Publicamos porque nos trazem merda!”. Não desistiu, que teria sido o mais fácil. Mandou-me para outro, logo de seguida. E fiz talvez o melhor trabalho do género que havia feito até então. Nos meus ouvidos soava “merda não”; ao disparar focava-me em: “desta vez vais-te orgulhar de ter insistido, de me teres gritado, de me teres abanado”

Quantos lutam ainda pelos seus colaboradores? Quantos se importam em dar segunda oportunidade ao primeiro resvalanço?

Paísinho cinzento e acomodado, onde os melhores trabalhos dos fotógrafos estão nos seus sites pessoais, os de qualidade mais dúbia nas publicações. Quem manda aqui? E, sobretudo, quantos ainda para recuperar esta coisa a que chamamos imprensa em Portugal?

Pela parte que me toca, e porque já tenho demasiadas raízes e dependentes que me prendem cada vez mais a esta terrinha de terceiro mundo iluminado (à conta da EDP) dificultando-me o salto para a estranja, baixo os braços e desisto.
Farei aquilo que os poucos a quem ainda respeito me deixarem e oferecerem para fazer.
De resto opto pelo: “empresa tal, bom dia, está a falar com fulana. Em que posso ser útil?” , esperando que aqueles que ainda vão a tempo ponham os olhos num João Pina e não se deixem ficar para o meu tipo de opções.